Foi em 1543, que os primeiros europeus (portugueses), chegaram finalmente ao Japão mais por acidente do que por destino. Eram três homens; António Peixoto, Francisco Zeimoto e António da Mota.
Na altura o país já era conhecido do Ocidente através dos relatos do italiano Marco Polo que incluíra no seu famoso livro de viagem um relato do que era a remota Ilha de Cipango (como ele a chamava) baseado em descrições que ouvira durante a sua estada na China.
A referência à Ilha de Cipango passaria completamente despercebida se não mencionasse a existência de grande quantidade de ouro que se podia encontrar no Japão.
Esta referência, aliás completamente errada, atraiu de imediato atenção dos europeus ao ponto de hoje haver a certeza de que um dos objectivos da viagem de Cristóvão Colombo era indubitavelmente descobrir a ilha misteriosa.
No porto da cidade de Nishinoomote, na ilha de Tamegashima, no sul do Japão, a estátua do Infante D. Henrique, erguida na praça da amizade Portugal-Japão, recorda que os portugueses chegaram à ilha em 1543.
Como que a provar o desconhecimento total da geografia mundial por parte dos europeus, Cristóvão Colombo ao chegar a Cuba, em 1492, julgava ter descoberto o Japão.
O século de relações entre japoneses e portugueses marca um acontecimento histórico sem precedentes e de certo modo único na história do relacionamento entre Oriente e Ocidente.
Na altura o país já era conhecido do Ocidente através dos relatos do italiano Marco Polo que incluíra no seu famoso livro de viagem um relato do que era a remota Ilha de Cipango (como ele a chamava) baseado em descrições que ouvira durante a sua estada na China.
A referência à Ilha de Cipango passaria completamente despercebida se não mencionasse a existência de grande quantidade de ouro que se podia encontrar no Japão.
Esta referência, aliás completamente errada, atraiu de imediato atenção dos europeus ao ponto de hoje haver a certeza de que um dos objectivos da viagem de Cristóvão Colombo era indubitavelmente descobrir a ilha misteriosa.
O século de relações entre japoneses e portugueses marca um acontecimento histórico sem precedentes e de certo modo único na história do relacionamento entre Oriente e Ocidente.
Uma arma "Tanegashima"
Tanegashima é tradicionalmente conhecida como o local da introdução de armas de fogo europeias no Japão em 1542. Até os tempos modernos, as armas de fogo foram coloquialmente conhecidas no Japão como " Tanegashima ", devido à crença de que foram introduzidos pelos Portugueses a bordo de navios.
Tanegashima é tradicionalmente conhecida como o local da introdução de armas de fogo europeias no Japão em 1542. Até os tempos modernos, as armas de fogo foram coloquialmente conhecidas no Japão como " Tanegashima ", devido à crença de que foram introduzidos pelos Portugueses a bordo de navios.
Primeiros ocidentais no Japão em 1542, por Hokusai (1817 pintura do woodblock)
Nas memórias, publicadas em 1614, o aventureiro Português, Fernão Mendes Pinto defende que este local foi o primeiro a ser abordado, embora a afirmação tenha sido severamente desacreditado e, de facto contradiz-se com suas pretensões de estar simultaneamente em Burma na época. No entanto, Mendes Pinto parece ter visitado Tanegashima logo depois.
Os europeus chegaram ao comércio, não só de armas, mas também sabão , tabaco e outros produtos desconhecidos no Japão medieval, para os produtos japoneses.
A remota localização geográfica do Japão não permitiu qualquer tipo de intervenção militar dos europeus obrigando, por conseguinte , que portugueses e outros europeus lidassem com o Japão em pé de igualdade.
Finalmente fora possível chegar ao lendário Cipango de Marco Polo que apesar de não possuir a alegada riqueza em ourocontinha motivos de muito maior interesse para o Ocidente.
O resultado da chegada ao Japão foi um fluxo de informação sobre a ilha enviada para a Europa que satisfez a curiosidade sobre o novo país que iludira o Ocidente durante mais de dois séculos.
Tenho dúvidas de que qualquer outro país do mundo recebesse na altura maior atenção, na Europa, do que o Japão.
Muita desta informação foi escrita por Jesuítas portugueses salientando-se de entre eles Luís Fróis.
Ao viver no Japão durante mais de 30 anos, Luís Fróis tornou-se um observador atento e um cronista incansável não só de história e do trabalho da missão cristã mas também do dia-a-dia dos japoneses.
É impossível hoje imaginar as horas que Luís Fróis passou diligentemente a escrever no mais ínfimo dos pormenores , página após página, as novidades do Japão.
Se oe europeus estavam interessados em conhecer os japoneses, também era verdade que os japoneses estavam fascinados pelos europeus, os estranhos homens que haviam chegado à ilha vindos do outro lado do mundo.
Este interesse era aliás partilhado por alguns dos senhores feudais da época como foi o caso de Oda Nobunaga, o chefe militar do Japão central, que em 1570 reunia regularmente com Fróis para o questionar sobre a Europa.
O missionário fez parte de um pequeno grupo de europeus a quem Nobunaga mostrou pessoalmente o seu magnífico castelo de Azuchi.
O valor histórico dos escritos volumosos de Fróis é reconhecido como um importante contributo para a história do próprio Japão, tendo sido traduzidos para o japonês.
Um outro português e missionário, João Rodrigues, teve também um importante papel na aproximação do Oriente e o Ocidente e como Luís Fróis conheceu e privou com os "senhores da guerra" japoneses durante os 33 anos que viveu no Japão.
Não tendo o estilo literário de Fróis, João Rodrigues deixou, no entanto, um incalculável património através das suas descrições da vida e cultura japonesas.
A sua descrição da cerimónia do chá e dos textos mais detalhados da sua obra que lhe dedica quatro capítulos explicativos dos objectivos e dos motivos daquela prática.
No entanto o seu último grande contributo foi a gramática "Arte da Língua IAPOA", publicada em Nagasáqui em 1604/1608, e a qual se descreve minuciosamente a língua falada no dia-a-dia no Japão. Ainda hoje esta obra de João Rodrigues, traduzida para o japonês, é considerada indispensável aos estudiosos da língua japonesa falada há quatro séculos no Japão.
É no entanto motivo de satisfação o facto de hoje as relações bilaterais serem tão cordiais.
Fonte:Michael Cooper Universidade de Shopia, Tóquio
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